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Histórias Cruzadas: O Coliseu das Atuações

Octavia Spencer e Viola Davis (Foto: Divulgação)

Poucos filmes me fazem chorar, colocar as mãos na cabeça, ou pular de alegria. Veja bem, sou uma pessoa fria, e quando choro é pra valer. Hoje na Netflix resolvi dar uma chance a um filme que estava já há tempos na ''Minha Lista'': ''Histórias Cruzadas''. E depois de 2 horas e 22 minutos de filme se tornou o meu filme de drama preferido da vida.

''The Help'' é um filme adaptado de uma livro de mesmo nome da autora Kathryn Stockett, aborda temas raciais em uma sociedade americana dos anos 60 dominada pela elite branca. O longa inteiro parece um ''coliseu de atores fodas se empenhando com toda sua capacidade'', Viola Davis está fantástica interpretando a empregada Aibileen Clark que trabalha em uma casa de família branca comanda pela nada doce Hilly Holbrook (interpretada brilhantemente por Bryce Dallas Howard). O filme gira em torno das humilhações constantes de senhoras ricas e brancas com suas empregas negras, mostra a visão em um mundo onde que as excluem frequentemente. Emma Stone faz o papel da ''boa moça salvadora'' dando vida a Skeeter, que faz parte da sociedade branca, uma jovem que aspira em ser escritora. Vendo como todas mulheres de cor eram tratadas por suas patroas ela fica determinada a contar a história dessas pobres trabalhadores, e seu caminho se cruza com Aibileen, e logo mais e mais empregadas começam a contar suas histórias.
(Foto: Divulgação)
Viola Davis é uma das minha atrizes preferidas, e mesmo que esse filme já tenha um bom tempo, e esse ano ela esteja prestes a ganhar o Oscar de Melhor Atriz, fico abismado vendo como ela não ganhou em 2012. Provavelmente porque ela estava disputando com Meryl Streep que no mesmo ano fez histórias em ''A Dama de Ferro''. Viola se entregou totalmente para aquele papel, sentia na minha pele a emoção que ela transmitia ao longo do filme, contando suas histórias com diálogos poderosos e sua visão do mundo, perdi a conta de quantas vezes me peguei com os olhos marejados diante da tela nas suas cenas. Bryce Howard foi em poucas palavras, divina. Fez o papel perfeito da ''megera'' malvada e preconceituosa, mas além de Bryce e Viola quem reinou também foi Octavia Spencer. Ela simplesmente parecia tá vivendo mesmo aquilo, parecia que estávamos assistindo algo real que foi gravado e jogado em um filme, a atuação dela foi algo monstruosamente espetacular, e foi com grande satisfação que vi depois que ela foi contemplada com o Oscar por Melhor Atriz Coadjuvante, extremamente merecido. Jessica Chastain fez Celia Foote, uma dondoca divertida e interessante mas na minha opinião meio chata, mas mesmo assim nutri um amor por ela. O que mais me surpreendeu no filme foi o peso dramático que essa hist
Spencer e seu Oscar (Foto: Divulgação)
ória teve, como todos os personagens se desenvolveram ao longa da trama, e como ao fim do filme pareceu que as duas horas e vinte e dois minutos foram poucas, e que eu precisava ver mais daquilo, ou mesmo assistir de novo o filme.
Como eu disse foi um palco de deusas em atuações maravilhosas, e foi interessante eu assistir esse filme dias antes do Oscar 2017 quando praticamente todas as atrizes nesse filme estão concorrendo nas principais categorias. É incrível também notar a evolução como atriz de Emma Stone, que nesse filme tava maravilhosa mas que em ''La La Land'' mostra todo o seu potencial. Um filme que foi um verdadeiro ''Coliseu de atuações fantásticas'', com alguns clichês e esteriótipos mas com uma graça fantástica que nos faz refletir e querer levantar e começar uma mudança no mundo, e abraçar a primeira pessoa que virmos independente de qualquer cor, raça ou gênero.

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